OS DIFERENTES

 

OS DIFERENTES

De acordo com novo estudo da Universidade da Califórnia, em Berkeley, publicado no jornal online “Nature Communications ” a incrível variedade de rostos humanos – muito maiores do que a da maioria dos outros animais – é o resultado da pressão evolutiva para que cada um de nós sejamos únicos e facilmente reconhecíveis” (http://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/rostos-humanos-sao-tao-diferentes-porque-nos-evoluimos Olpara-sermos-unicos-diz-pesquisa-13950854.html)

“Você fala com seu chefe diferente do que com sua mãe, por exemplo. Se todos fossem iguais, teria muito caos e muita confusão. A ideia básica por detrás da sinalização de identidade é que quando é caro ser confundido com outros, então a seleção deve favorecer indivíduos que têm aparências mais únicas e facilmente reconhecíveis”

Por que é tão difícil aceitar as diferenças do outro?

“Olhe para os dedos de sua mão. Eles são diferentes. Exatamente por serem diferentes eles são harmoniosos quando vistos em conjunto. Já imaginou se eles fossem todos iguais?

Observe sua dentição, dentes com funções diferenciados para otimizar a mastigação.

Eu e você somos diferentes. Somos muito diferentes! Somos diferentes porque somos indivíduos.

Temos diferenças de crenças (religiosas, ou filosóficas), temos diferentes posicionamentos (sociais e políticos) e diferentes ancestralidades.

Observando sequência numérica: “1… 3… 5… 7… 9…”, reconhecemos números diferentes entre si.

No entanto, incluem na própria essência algo que os torna semelhantes: a imparidade (a qual faz com que cada um seja “ímpar”)!

De fato, eles são números ímpares porque participam do conceito da imparidade. Todos são ímpares; mas, nenhum deles é “o ímpar”. (https://sites.google.com/site/federacaomineiradeaikido/artigos-para-reflexao/autoria-do-sensei-lagares/individuos-diferentes-oportunidades-iguais)

E quanto a nós?

A evolução tem nos habilitado para sermos diferentes, matematicamente podemos comprovar essa premissa, mas insistimos em sermos cópias heliográficas.

Deus é injusto, pois criou sérios limites a inteligência dos homens, mas nenhuma a sua burrice. (Konrad Adenauer)

“Associamos de maneira equivocada escolhas com conceitos medievais do bem e do mal.

Historicamente os clérigos observaram a vantagem de tornar a mulher a principal protagonista na manifestação do designado mal. Afinal, todas elas descendiam de Eva, a culpada pela queda do gênero humano.

De acordo com o texto bíblico, Eva foi criada da costela de Adão, sendo, por isso, dominada pelos sentidos e os desejos da carne.

Afinal foi por um pedido de Eva que Adão aceitou o fruto proibido com consequentemente queda do Paraíso. Por isso, foi considerada enganadora, conspirando com a serpente disseminou o Pecado Original para a desgraça da humanidade.

Essa concepção estereotipada da mulher foi construída através dos séculos, sendo anterior a implantação do cristianismo. As feiticeiras sempre pagaram ônus por ações que subvertiam a ordem social e moral da sua época. Medeia mata os próprios filhos para punir o marido, Jasão. Circe transforma todos os homens em porcos e os mantém em uma ilha.

Do ponto de vista de uma sociedade focada no masculino, elas são malvadas. Muito malvadas, contestando a submissão da ordem estabelecida pelos homens.

Se a ideia é subverter conceitos e encontrar culpados a Igreja exerce a mestria, assim na transição entre as idades Média e Moderna, quando a Igreja estava combatendo heresias e outras formas de subversão do Cristianismo a todo vapor, “a mulher ocupou novamente papel de destaque”, começou a ser ainda mais controlada e tratada como pandemia.

As mulheres para os clérigos eram consideradas próximas da carne e dos sentidos e, por isso, amantes do diabo e disseminadoras pela sua sensualidade e erotismo do pecado e outros malefícios para a sociedade. Muitas mulheres foram inclusive, conduzidas à fogueira por despertarem o interesse sexual e acusadas de desvirtuaram os homens com atos libidinosos. Essas punições aconteciam em praça pública, para que todos pudessem ver e tinha pompas de um evento nefasto e mórbido, atraindo a atenção das pessoas.

A caça às bruxas é um elemento histórico da Idade Média e que aconteceu entre os séculos 15 e 16. O prazer sexual sempre foi alvo de represálias da Igreja e do ascetismo religioso que prega a concepção de que os prazeres mundanos devem ser aniquilados em prol da fidelidade e obediência a Deus. Foi a Santa Inquisição que em 1233, através do papa Gregório IX, instituiu o Tribunal Católico Romano, também conhecido como Tribunal do Santo Ofício e que tinha o objetivo de terminar com a heresia e com os que não praticavam o catolicismo. Em 1320 a bruxaria e a antiga religião dos pagãos foram consideradas uma ameaça ao cristianismo, que inicia, portanto, a perseguição aos supostos hereges. Este período de assassinatos e de feminicídios se estendeu até e durante a Renascença. Para ter um vislumbre da violência imposta ver o caso Anna Pappenheimer relatado no link a seguir:

(http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2014/03/22/caca-as-bruxas-a-violencia-contra-a-mulher/)

Mas a necessidade de controle ultrapassou as fronteiras do tempo e hoje é maquiada pela propaganda e marketing, as bruxas estão presentes nos contos de fada, nas histórias em quadrinhos, nos livros de História, na cabeça das crianças e no discurso de religiosos. Mesmo escritores como Jules Michelet, que usaram a bruxa como uma alegoria de revolução e revolta contra o Estado e o Clero, não melhoraram a sua imagem: ela era oprimida e humilhada, mas revidava com truculência, poder e, claro, uma bela ajuda do seu amigo, o Demônio.” […] Mesmo que a Disney crie uma Malévola fofa e defensora da natureza, ela continua sendo a Malévola. Não se quebra, em 40 anos, um estereótipo alimentado durante 3 ou 4 milênios.

(https://medium.com/@inesbarreto/bruxa-boa-n%C3%A3o-existe-e-a-hist%C3%B3ria-explica-porqu%C3%AA-62adb83172be)

Como tudo na vida, às vezes a porta da ignorância trava e surge a sutileza de escritores como L. Frank Baum dando vida ao O Maravilhoso Mágico de Oz, escrito em 1900. Nele surge Glinda como a Bruxa Boa do Sul personagem extremamente amável e gentil que lutava contra a opressão e subjugação do povo. A bondade e generosidade de espírito da personagem não se limitou ao seu próprio domínio, e ela era amada, não só no seu país, mas também por outras pessoas em Oz, como os Munchkins. Os livros de Baum deixam claro que ele não via as bruxas como malvadas, provavelmente esta mudança ocorreu para demonstrar que Glinda era ainda mais poderosa que uma Bruxa. Na verdade, ela é descrita como a mais poderosa Bruxa de Oz.

“Foi graças a esses sentidos negativos sobre a palavra bruxaria que alguns adeptos da Wicca pararam de referir a si mesmos como bruxos e passaram a receber o nome de wiccanos, de acordo com o livro “Wicca de A a Z”. É bom que se saiba que a religião se opõe ao uso de magia prejudicial e desestimula as pessoas a ferir os outros fisicamente ou emocionalmente.”

‘Aliás, já ouviu falar na “Lei Tríplice”? Essa é a diretriz ética que os wiccanos acreditam. Ou seja, tudo o que desejamos para uma outra pessoa, hora ou outra, retorna para nós mesmo três vezes mais forte. Portanto, a Wicca prega que devemos desejar sempre o bem para recebermos o mesmo. É o que diz o livro “Espiritualidade Wicca”.’

(http://www.megacurioso.com.br/religiao/51308-6-mitos-ou-mentiras-sobre-a-religiao-wicca-ou-bruxaria-moderna.htm)

O que então seria o maligno?

É notório que nem as mulheres nem tampouco homens de bem participaram de acontecimentos como: Tribunal do Santo Ofício, Nacional-Socialismo (Nazismo), Holodomor ou “Holocausto Ucraniano”, que abalam nossa consciência pela pratica de atos inimagináveis, denotando a obscuridade espiritual, cegueira ingénita de todos sentidos e bestialidade da raça humana, isto é a manifestação plena do maligno.

“Eles derrubam e envenenam plantas e árvores, maltratam e assassinam animais dóceis e indefesos, lesam, roubam, se apropriam do que não lhes pertence, têm “orgasmos múltiplos” diante de dinheiro fácil, carros novos, bens materiais e tudo o que lhes traga status e preencha seu vazio existencial […] Infelizmente, apesar dos avanços tecnológicos e de tantas boas conquistas feitas por alguns homens de bem, a grande massa disforme de humanos continua a praticar barbaridades ideológicas de cunho religioso, moral e social. Para que possam cultuar o mal, e por covardia mesmo, formam sub-tribos que se comprazem em dividir seus feitos maléficos e devastadores. (http://serpsicopata.blogspot.com.br/2013/02/ensaio-sobre-bestialidade-humana.html)

 

“Quem não aceita as diferenças e a diversidade da sociedade vive em um mundo em preto branco.” (Edna Frigato)

Banir preconceito é como enxugar gelo, convivemos com Flashback da idade das trevas, onde homens e mulheres que rejeitam instituições retrógradas são considerados seres demoníacos, disseminadores de poder, independência e transgressão que ferem os valores vigentes e que personificam na linguagem popular, a tentação: o pecado, o mal, porque rejeitamos aquilo que na verdade invejamos

Modus operandi eficiente para afastarmos da nossa vida, indivíduos maravilhosos, resolvidos com caminhos próprios. Afinal temos de seguir o rol de besteiras desenvolvido por pessoas religiosas que querem salvar indivíduos e não a si mesmas.

Definitivamente não quero ser salva.

Não renuncio a liberdade de ser divergente, irrequieta, polêmica estou limpando meu próprio sótão e o processo é pessoal.

Amo os diferentes, aqueles que são extensões da própria natureza, que reverenciam a vida nas suas nuances infinitas, os que adquiriram GPS interno, guerreiros dispostos a realizar suas capacidades inatas como inteligência e comunicação.

As diferenças refletem o modo de pensar, a maneira de sentir, a maneira de ser, sucessos e derrotas, tudo isto é individual refletem a história de vida pessoal. Há mais um fator, sou um imã, propósito maior, reencarnações anteriores, latentes irresistíveis, como candeias eternas conduzindo para o reencontro com meu destino, nem karma, nem dharma, só o chamado interno inaudível para outros.

“Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo.” (Hermann Hesse)

Como eu estou lidando com as diferenças dos outros?

”Nosso alvo na vida deveria ser não o de ultrapassar os outros, mas o de ultrapassar a nós mesmos”. (Babcock)

Para os meus amigos homens e mulheres especiais, não somente rostos diferentes, mas almas únicas: “Tenho um instinto só meu. Gosto de viver assim, sem limites, fazendo a vida se moldar em mim. Brinco com o tempo, contrariando sua exatidão. Nada pode ser sério demais. Sigo os ponteiros do meu coração. Sou de um jeito exagerado, Sou o espanto por não ter na fala a pausa precisa. Sou borboleta arisca, que arrisca, a espera da flor mais bela. Sou a cada minuto, a sugestão de um momento. Sou sentimento, apego, carinho, a falta. Por quanto tempo eu viver, seguirei achando que ainda não amei o suficiente. Sou só eu mesma a todo instante.” Patty Vicensotti

Por isso adoro vocês que cruzaram minha vida e a transformaram para sempre.

Para finalizar diria Carlos Drummond de Andrade: “A amizade é um meio de nos isolarmos da humanidade cultivando algumas pessoas.”

 

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